3 de dezembro de 2014

Um café e um pacote de ciúmes


"Um café e um pacote de cíúmes para a minha namorada, por favor". E assim é que deverias pedir à empregada do balcão que insiste em atender-te todas as vezes que lá vamos. Interessante como só eu noto que deixa todos os outros clientes para te atender e ainda olha-te com um olhar meigo, amigável (juro que algum dia aposto contigo que se for eu a ir pedir algo serei a última a ser atendida, lol.)
"Um café e um pacote de ciúmes para mim, por favor", e deveria ser assim cada vez que pedes um café para ti. Nem vale a pena dizeres que não tens ciúmes todas as vezes que tomámos café e sentámo-nos no mesmo sítio, no mesmo café. És fora do normal, a sério. Enquanto eu fico sentada a teu lado a contar-te o meu dia, ver-te com cara de mau (bem sabes que não me assusta essa cara de tótó armado em homem com ciúmes...) eu fico a ver-te a beber café. Bebemos café inumeras vezes mas insistes em tocar na chávena em vez de tocares-me, insistes em beber o café em vez de beberes um beijo meu, insistes tudo com o café enquanto conto o meu dia.
Já passaram várias vidas por nós: um casal a almoçar juntos, um homem daqueles que parecia um advogado que estava cheio de trabalho e estava sempre agarrado ao telemóvel, uma mulher sozinha, raparigas, raparigas e mais raparigas... E nós ali. Eu normal (matando mentalmente tudo o que é do sexo oposto ao teu), tu a sorrir para mim percebendo que estou normal. Eu a beber o meu café à espera que sintas ciúmes e que não me deixes acabar de beber para me beijares e tu a beber calmamente.
Quem disse que um simples café não tem a sua própria história? O nosso tem! Começa com ciúmes e acaba com tanto amor, tanto mesmo.
O melhor do café é que quando acabamos tu beijas-me, eu beijo-te e ficamos ali a por o café com ciumes de algo que nunca vai ter, um beijo com amor, um beijo com toque, um beijo com ciúme, um beijo.

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